Paulo do Vale deve entrar no radar de Daniel Vilela para vice em 2026

Enquanto o cenário político em Goiás se aquece para 2026, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) se vê diante de uma decisão estratégica que pode definir os rumos de sua candidatura ao governo estadual: a escolha do nome para compor sua chapa como vice. Embora conte com o apoio declarado do governador Ronaldo Caiado (UB), que lançou no último dia 4 de abril em Salvador-BA sua pré-candidatura à Presidência da República, Vilela terá que equilibrar interesses e apaziguar tensões dentro da base governista.

Entre os nomes mais cotados, um dos que despontam é o do ex-prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale (UB). Com um desempenho administrativo bem avaliado, Paulo não apenas deixou o cargo com popularidade em alta, como também conseguiu eleger seu sucessor, Wellington Carrijo (MDB), além de emplacar seu filho Lucas do Vale como deputado estadual em 2022 — um sinal claro de força política regional e capilaridade no sudoeste goiano.

Mas a equação política que Daniel precisa resolver vai além do currículo ou da força eleitoral. A decisão de incluir Paulo do Vale na chapa pode gerar ruídos com outras alas da base aliada. Lideranças do entorno de Brasília e o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (UB), observam com atenção os movimentos do vice-governador. Bruno, inclusive, abriu mão da disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2024 para apoiar o candidato da base, Sandro Mabel (UB), gesto interpretado como sinal de fidelidade e expectativa de retorno político futuro — quem sabe, na condição de vice.

Nos bastidores, o clima é de tensão silenciosa. Há quem diga que “vice precisa ter voto ou dinheiro”. Paulo do Vale, segundo interlocutores próximos, reúne as duas qualidades. Ainda assim, sua possível escolha pode acirrar disputas internas, especialmente entre os caciques do entorno e aliados do Legislativo que enxergam na vaga de vice uma oportunidade de projeção estadual.

O termômetro das intenções de voto também influencia os cálculos. Pesquisa Quaest/Genial divulgada em fevereiro de 2025 mostra Daniel Vilela com 24% das intenções de voto, seguido por Marconi Perillo (PSDB) com 15%, Adriana Accorsi (PT) com 8%, Vanderlan Cardoso (PSD) com 7%, Gustavo Gayer (PL) com 6% e Wilder Morais (PL) com 3%. Indecisos somam 18%, enquanto branco, nulo ou eleitores que dizem que não votarão representam 19%. Ou seja, o cenário segue indefinido — e a margem de erro pode ser decisiva.

Fontes próximas à Vilela afirmam que a decisão sobre o vice só será tomada em sintonia com Ronaldo Caiado e mais próximo das convenções partidárias. Até lá, será necessário muito jogo de cintura para manter a base unida, acomodar interesses regionais e evitar que a escolha do vice se transforme no primeiro grande desgaste da campanha. Como se diz na política, há ainda muita água para passar debaixo da ponte — e Daniel Vilela sabe que, para atravessá-la, precisará manter o equilíbrio entre o pragmatismo eleitoral e a articulação política afinada com a realidade do tabuleiro goiano. 

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