Transtorno de borderline: entenda doença citada por Maraísa em música que causou discussão na web


Segundo informações da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), existem cerca de 2 milhões de brasileiros que vivem com o transtorno. De acordo com a psiquiatra Jéssica Morais, essas pessoas são mais reativas e sensíveis. Psiquiatra explica sobre os sintomas e tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)
O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) foi o foco de discussões na web após a cantora Maraísa, da dupla com Maiara, ter publicado um vídeo cantando uma música inédita, onde associava o transtorno a um relacionamento abusivo. De acordo com a psiquiatra Jéssica Morais, as pessoas que possuem o diagnóstico são mais reativas e sensíveis.
“Elas não escolhem ser assim […] São muitas manifestações em que a pessoa não consegue controlar, ela precisa de ajuda profissional, principalmente de psicoterapia “, pontuou a médica, em entrevista à TV Anhanguera.
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A psiquiatra explicou ainda que os primeiros sinais costumam aparecer no fim da adolescência e início da idade adulta, dos 18 aos 20 anos. “Nessa fase já começa a apresentar essas características, a pessoa varia muito o humor ao longo do dia, dependendo do que acontece”, destacou.
Segundo informações do site da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), existem cerca de 2 milhões de brasileiros que vivem com o transtorno.
“O Borderline é caracterizado principalmente pela instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos, instabilidade na autoimagem, alterações extremas de humor e impulsividade, além do medo de abandono”, definiu a ABP.
Conforme ressaltado por Jéssica, o tratamento ajuda o paciente a conseguir se regular e aprender estratégias para lidar com o transtorno. “A medicação serve para controlar a impulsividade e a dificuldade de controlar a raiva”, mencionou.
Entenda o caso
Maraísa recebe críticas após publicar trecho da música “Borderline”
Reprodução/Redes sociais
O debate acerca do transtorno de borderline se intensificou no sábado (26), após a cantora Maraísa ter publicado um trecho da música “Borderline”. A canção indica que para diagnosticar o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) não há necessidade de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM).
“Nem preciso de CRM pra diagnosticar essa loucura que cê tá vivendo / Fiquei sabendo que ele namorou outras pessoas / Pra cada uma ele foi um personagem / E esse perfil se encaixa numa personalidade borderline”, diz o trecho.
O vídeo foi apagado no domingo (27), após o assunto ter gerado grande repercussão nas redes sociais. Ao g1, a assessoria da dupla sertaneja disse que não irá se pronunciar sobre o assunto e que não há informação se a música será lançada.
Em outro trecho, são citados exemplos de um comportamento controlador. “Repara ele te isolou de todo mundo / Não romantiza esse absurdo / Ele é instável, ele é intenso, ele é extremo / E nesses casos todo mundo sofre junto”.
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O refrão da música indica que não há como manter um relacionamento com uma pessoa assim. “Ele não precisa de você nem do seu sentimento / Só de tratamento,” diz o trecho.
Depois, uma frase da letra remete à variação de humor. “Você não precisa ficar se envolvendo / Com anjo e demônio ao mesmo tempo”.
Repercussão negativa
Música ‘Borderline’ gera repercussão na internet, Goiás
Reprodução/Redes Sociais
Alguns comentários nas redes sociais, inclusive de fãs clubes da dupla Maiara e Maraísa, criticaram a música por generalizar quem possui o transtorno de borderline, e associar o diagnóstico a uma pessoa tóxica e abusiva.
“Lembrando que relação tóxica não é porque a pessoa é Borderline, qualquer ser humano pode ser tóxico e mau-caráter na relação. Bora rever isso!”, diz um comentário de um fã clube.
“Eu tenho Borderline, faço tratamento desde 2019, levei 10 anos pra conseguir ser diagnosticada. Pra vir vocês fazer esse desmerecimento com a nossa condição. Já não chega o preconceito e a psicofobia que sofremos diariamente”, escreveu uma seguidora.
Em outro comentário, uma internauta lembrou que a sociedade ainda estigmatiza as questões de saúde mental e pede por músicas com mais empatia.
“Apesar dos avanços na informação e no acesso a tratamentos, o preconceito existe – e ele é especialmente cruel com pessoas que enfrentam transtornos como o transtorno de personalidade borderline (TPB). Então que tal uma bela música falando sobre a importância da empatia, compreensão e respeito? Faria mais sucesso ainda”, pontuou.
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